José Umaras nosso amigo leitor e também apaixonado por carros escreveu um livro. Mas se engana, quem pensar que vai encontrar mais histórias dos carros da Vemag.
Umaras narra em forma de autobiografia, quando se candidatou a uma vaga na fábrica da Vemag. E os horrores que passou para trabalhar na Vemag, quando aconteceu o que muitos já sabem,em 1967 a Volkswagen acabou com a Vemag e colocou na rua 4.000 operários e...Para saber o restante, você pode encomendar o livro em DVD diretamente com o autor pelo e-mail projetista62@gmail.com Eu recomendo!
Leia abaixo o comentário de Hélio da Cunha.
O livro cobre uma ampla variedade de assuntos, seguindo, no entanto, um plano coerente e bem estruturado – a VEMAG S.A. – VEÍCULOS E MÁQUINAS AGRÍCOLAS, o foco central e prioritário da obra.
Seus 25 capítulos e 13 apêndices compõem uma serie de declarações organizadas por assunto e tópico, que fará o leitor empreender uma viagem fantástica ao passado, convivendo com invernos e verões vindos e findos, caminhar sob sol escaldante ou chuva torrencial, assistir assoladoras enchentes que maculavam o precioso patrimônio de máquinas e equipamentos e arrasando veículos novos em folha fabricados e estacionados no pátio. O autor narra em detalhes as peripécias de um candidato à vaga de inspetor de qualidade na Usinagem de Motores da Vemag, os severos testes, entrevistas e exames clínicos à que foi submetido num processo de admissão que tinha duração de vinte dias. Esses compromissos tinham dia e hora marcada e em dias de chuva pesada era preciso chapinhar por mato molhado, impregnar-se de carrapichos e barro, cruzar uma perigosa favela, cruzar um pontilhão ferroviário, caminhar sobre escorregadios trilhos ao lado de um desvio para trens cujos armazéns gerais abandonados abrigavam bandidos que abordavam os transeuntes para finalmente alcançar as imensas instalações daquele complexo industrial e encaminhar-se ao setor de seleção de pessoal (atualmente denominado de RH). O Autor se questiona se era válida tamanha dose de sacrifício em prol de um emprego numa indústria automotiva.
Leia abaixo o comentário de Hélio da Cunha.
DO AMANHECER AO CREPÚSCULO DE UMA CARREIRA
PROFISSIONAL
M |
as afinal, o que vem a ser essa obra monumental?
Pode-se dizer com segurança que a maioria das pessoas dessa geração já ouviu a menção da palavra DKW-VEMAG, mas apenas uma pequena minoria estudou a fundo essa pioneira indústria automotiva nacional que infelizmente teve uma efêmera presença no cenário brasileiro.
O objetivo desse livro é transmitir ao leitor, de forma dissecada através da vivência do próprio autor que pessoalmente conviveu com os fatos narrados e que mediante uma gigantesca coletânea de dados históricos chegou ao presente resultado.
Um olhar superficial nesse trabalho pode induzir alguém a pensar que se trate apenas de um relato de um jovem estudante idealista e inexperiente em busca desesperada em ingressar nessa empresa, haja vista que na década de 60, ser funcionário de uma empresa automobilística, tinha o glamour de uma atual Embraer, empresa fabricante de aeronaves. Mas, na realidade, trata-se de algo muito mais abrangente – um conglomerado de milhares de fatos de sabedoria, história, legislação, lendas, aconselhamento, lições e relatos extraordinários, inspiração, poesia, música, romance, um mundo de fotografias raras e ocasionais toques de muito bom humor, não faltando ainda relatos tristes e lamentáveis da qual estamos sujeitos e acima de tudo, uma dose de otimismo, perseverança e extrema paciência diante das mais adversas circunstâncias e nesses momentos poder contar com laços de profunda amizade sincera.
Notei no final do livro o relato de centenas de leitores que expressaram seu depoimento e muitos dos quais afirmam não poder parar de ler no afã de descobrir emocionantes episódios subseqüentes.
O autor partiu da premissa de que escrever um livro que aborde a biografia de uma fábrica durante seus doze anos de participação no mercado torna-se por demais técnico e até tornar a leitura maçante e cansativa principalmente para pessoas não muito ligadas a automóveis, sobretudo aos extintos DKWs.
Assim, o autor achou por bem inverter o enfoque: narrar a vida das pessoas, dos funcionários daquela empresa (cerca de quatro mil), relatar seus anseios, sonhos, as promoções e demissões que grassava de forma intermitente o dia a dia dos operários naquela colossal fábrica.
Vale lembrar que essa obra jamais será concluída visto que diariamente é aprimorada com correções, fatos novos, fotos raras, depoimentos intrigantes de centenas de pessoas que se envolveram com essa marca que deixou uma lembrança perene e que até o presente preservam seus veículos como relíquias, um testemunho inequívoco de um glorioso e conturbado tempo vindo e findo.
Em 2006 serão cinquenta anos em que o livro vem sendo continuamente escrito o que chega a ser uma enciclopédia e uma magistral tarefa.
Para um leitor iniciante no estudo da matéria, pode parecer que foi escrito com total liberdade de pensamento. Geralmente envereda por apartes tangenciais ao assunto em pauta, daí partindo para a discussão de um tópico do relato de uma história ou simplesmente oferecendo pérolas de saborosa leitura, que, de uma maneira ou de outra, têm alguma relação com o assunto focal tratado: a VEMAG. No entanto, a bem da verdade, todo seu arcabouço é extraordinariamente bem ordenado e lógico. Cada uma de suas palavras foi submetida à meticulosa revisão antes de ser transcrita, todavia, não perfeita, pois vale lembrar que o autor não é escritor profissional e tampouco com pretensões literárias.O livro cobre uma ampla variedade de assuntos, seguindo, no entanto, um plano coerente e bem estruturado – a VEMAG S.A. – VEÍCULOS E MÁQUINAS AGRÍCOLAS, o foco central e prioritário da obra.
Seus 25 capítulos e 13 apêndices compõem uma serie de declarações organizadas por assunto e tópico, que fará o leitor empreender uma viagem fantástica ao passado, convivendo com invernos e verões vindos e findos, caminhar sob sol escaldante ou chuva torrencial, assistir assoladoras enchentes que maculavam o precioso patrimônio de máquinas e equipamentos e arrasando veículos novos em folha fabricados e estacionados no pátio. O autor narra em detalhes as peripécias de um candidato à vaga de inspetor de qualidade na Usinagem de Motores da Vemag, os severos testes, entrevistas e exames clínicos à que foi submetido num processo de admissão que tinha duração de vinte dias. Esses compromissos tinham dia e hora marcada e em dias de chuva pesada era preciso chapinhar por mato molhado, impregnar-se de carrapichos e barro, cruzar uma perigosa favela, cruzar um pontilhão ferroviário, caminhar sobre escorregadios trilhos ao lado de um desvio para trens cujos armazéns gerais abandonados abrigavam bandidos que abordavam os transeuntes para finalmente alcançar as imensas instalações daquele complexo industrial e encaminhar-se ao setor de seleção de pessoal (atualmente denominado de RH). O Autor se questiona se era válida tamanha dose de sacrifício em prol de um emprego numa indústria automotiva.
Em certos trechos do livro o autor toma a liberdade em quebrar ocasionalmente algum relato por demais técnico e divagar de maneira hipotética sobre as consequências que o autor teria sofrido se tivesse alcançado o objetivo narrado no tópico principal, estabelecendo conexões entre diferentes assuntos e esclarecendo aparentes contradições.
Nesse mosaico de dados históricos sempre que houver uma aparente contradição entre um ditado, o autor tenta buscar a verdade na qual se fundamenta o tema. Para tal esse livro talvez seja o único no mundo mediante a qual o leitor estará em permanente contato com autor através de correio eletrônico para correções, aprimoramentos, fotos e fatos novos e um diálogo construtivo, mantendo a memória viva, preservando a lenda DKW-VEMAG sempre presente daquela esperançosa e conturbada época. Concluindo, o autor esclarece que a figura feminina que permeia essa história de nome Vânia é considerada por alguns leitores como espúria ao tema principal dando a idéia que a mesma é a protagonista do livro; entretanto, se essa pessoa que condicionou o casamento com o autor ao seu ingresso na Vemag (bem como o leitor conhecer o comportamento anacrônico dos pais dessa garota que exigiam virgindade na noiva comprovada na grande noite nupcial), não se embrenhasse na vida particular do autor, muito provavelmente você não estaria lendo esse texto, tampouco apreciar essa obra ímpar. Mesmo que você não seja um fã da marca DKW ou mesmo nenhum atrativo por automóveis, valerá a pena conhecer um pouco do passado de uma empresa que deixou marcas indeléveis no cenário nacional.
Por Helio Dacunha – empresário, escritor e admirador da marca DKW-VEMAG.
4 comentários:
Sinto neste momento não ter entre nós meu sogro que por muitos anos foi operário da Vemag e após o fechamento foi trabalhar na Karmann Ghia...vou comprar o livro.
abs
Caro Joel, li o livro do Umaras praticamente de uma tocada só, gostei.
Ele mostra toda mistica de uma época, todo encanto que um jovem tem com seu futuro.
Qd conversei com ele ontem ele perguntou espantado se já havia acabado e respondi que sim pois tinha ficado fascinado pela leitura.
Um abraço aos dois.
Rui
What remarkable words
Joel, só agora vi o link que vc colocou para o texto do Jr e meu dos motores da D3. Obrigado.
Um abração
Rui
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